Rotas

Bairro do São Francisco

01/10/2020

Romantismo, nostalgia e cultura nos calçadões do Centro Histórico

Quando vinham das colônias desde o cinturão verde da cidade, com as carroças carregadas de hortaliças, polacos e ucranianos paravam no Largo da Ordem para dar de beber aos cavalos. O coração de Curitiba, onde ainda está o antigo bebedouro, permanece rodeado de casarões, igrejas, palacetes e de gastronomia tradicional.

A região do bairro São Francisco é agradável ponto de encontro, eternamente revitalizado.

Essa é uma das Rotas MCities que exala magia, romantismo, cultura e boêmia e vai atrair famílias, casais e turistas para uma verdadeira viagem de estímulos e experiências marcantes.

  • 1Bebedouro do Lago da Ordem
    Bebedouro do Lago da Ordem

    Imagine-se no século passado, na década de 30. Era bem aqui que os polacos e ucranianos arriavam dos cavalos para dar de beber às montarias e mulas. Vinham das colônias e chácaras na periferia da cidade para vender hortaliças no Largo da Ordem, desde o amanhecer.

  • 2Igreja da Ordem (1737)
    Igreja da Ordem (1737)

    Esta é a igreja mais antiga de Curitiba, construída pelos portugueses. Ganhou o nome atual, Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, poucos anos depois, com a chegada dos Franciscanos. Entre para dar uma olhada no Museu de Arte Sacra, no anexo.

  • 3Museu de Arte Sacra
    Museu de Arte Sacra

    A exposição permanente tem 800 peças, entre obras raras, fotografias, pinturas, móveis, objetos de culto e paramentos litúrgicos. Veja a imagem do Bom Jesus dos Pinhais, em terracota (séc. XVII).

  • 4Casa Romário Martins
    Casa Romário Martins

    É a última construção de Curitiba que preserva a arquitetura portuguesa do século XVIII. Homenageia Alfredo Romário Martins, dedicado historiador. Foi residência e armazém de “secos e molhados”, aquela mercearia clássica que vendia de tudo. Hoje é centro cultural para divulgar a história de Curitiba.

  • 5Casa Vermelha (1891)
    Casa Vermelha (1891)

    Foi construída para ser comércio de ferragens, no térreo, e residência, na parte superior. Aqui morou o maestro e instrumentista Luiz Zilli, fundador da primeira banda de jazz da cidade e autor do hino à Nossa Senhora da Luz. A casa também funcionou como hospedaria para imigrantes recém-chegados.

  • 6Casa Hoffman (1890)
    Casa Hoffman (1890)

    Residência e símbolo de prosperidade da família Hoffmann, de tecelões austríacos. Destruída por incêndio, em 1996, apenas a fachada e as paredes externas ficaram preservadas. É sede do Centro de Estudos do Movimento, referência para áreas de Dança, Teatro e Artes Plásticas.

  • 7Memorial de Curitiba (1996) - 1
    Memorial de Curitiba (1996) - 1

    De arquitetura pós-moderna, o prédio é exceção entre as construções históricas. Representa uma araucária estilizada, em metal e vidro. O piso é de paralelepípedos reciclados das antigas ruas Saldanha Marinho Vicente Machado. O Memorial é espaço para atividades culturais diversas, entre para conhecer melhor.

  • 8Memorial de Curitiba (1996) – 2
    Memorial de Curitiba (1996) – 2

    Há algumas obras nesta praça: “Tocadora de Guitarra” (Victor Brecheret); “Leonardo da Vinci” (Poty Lazzarotto); “O Filósofo” (Zaco Paraná); “Cavalo Marinho” e “O Sonho” (Ricardo Todd); “Quatro Estações” (João Turin). Olhe para o chão: o “Rio dos Pinhões” é córrego artificial com 4,5 mil pinhões e pinhas em argila.

  • 9Fonte da Memória (1995) - 1
    Fonte da Memória (1995) - 1

    A última colona polaca que vendia hortaliças no Largo da Ordem morreu atropelada por um ônibus, em 1993. O seu cavalo era cego, fazia o trajeto de cor, desde a chácara em Santa Felicidade. A fonte é homenagem a ela e a todos os imigrantes e tropeiros. Conhecida pelos curitibanos como “fonte do cavalo babão”.

  • 10Fonte da Memória (1995) - 2
    Fonte da Memória (1995) - 2

    “Cavalo babão” vem de lenda urbana. Dizia-se que ficava babão o cavalo que nascesse em dia de eclipse. Aconteceu com o potro de um fazendeiro e o animal foi dado para um garoto em feira do Largo da Ordem. Para sorte do menino, o cavalo revelou tesouro escondido em um bosque. Quando morreu, o bicho foi enterrado bem aqui, há 100 anos.

  • 11Palacete Wolf (1880)
    Palacete Wolf (1880)

    Fique um pouco mais por aqui. A construção amarela, ao lado da fonte, já teve múltiplas utilizações. Abrigou colégios tradicionais, serviu de quartel general do Exército, instalou a Câmara Municipal e foi sede do Governo do Estado. Agora é ambiente literário e acolhe a livraria Dario Vellozo. Entre, se gostar de obras pouco comerciais.

  • 12Igreja do Rosário (1737)
    Igreja do Rosário (1737)

    Construída por escravos, era chamada de igreja dos pretos de São Benedito. Com a abolição da escravatura, foi preservada por estar no caminho do Cemitério Municipal. Virou igreja dos mortos, para missas de “corpo presente”. Mesmo reconstruída, a fachada, ainda conserva azulejos da edificação original, em estilo colonial. Se decidir entrar, verá azulejos portugueses.

  • 13Igreja Presbiteriana Independente (1934)
    Igreja Presbiteriana Independente (1934)

    A forte influência alemã marca a arquitetura desse templo, em estilo neoclássico. A Igreja Presbiteriana tem origem na Reforma Protestante do século XVI, na Suíça, com o teólogo João Calvino.

  • 14Palácio Garibaldi (1904)
    Palácio Garibaldi (1904)

    Agora siga em frente, até o Palácio que é sede da Sociedade Garibaldi, fundada para reunir os imigrantes italianos, em Curitiba. Seguiu o ideal de Giuseppe Garibaldi, de lutar pela unificação da Itália e, no Brasil, pela Revolução Farroupilha. Foi em um evento aqui que nasceu a Federação Operária do Paraná.

  • 15Mesquita de Curitiba (1972)
    Mesquita de Curitiba (1972)

    Neste local, completamos o diversificado circuito religioso do bairro São Francisco. A mesquita, único templo muçulmano de Curitiba, foi a segundo do Brasil. É a única do mundo onde xiitas e sunitas rezam juntos, todas as orações. Revestida de azulejos iranianos, está orientada à cidade sagrada de Meca.

  • 16Ruínas de São Francisco (1795-1802)
    Ruínas de São Francisco (1795-1802)

    A imaginação é importante para vivenciar um lugar histórico. Procure visualizar: essas ruínas eram para ser uma igreja, na época da colonização portuguesa. Não foi terminada. As pedras para finalizar a obra foram usadas na torre da antiga igreja Matriz. Muito do que havia sido erguido já ruiu. Hoje temos aqui um anfiteatro.

  • 17Casa Tadeusz Kosciuszko (1890)
    Casa Tadeusz Kosciuszko (1890)

    O nome deixa claro: é uma edificação polonesa. Como hospedaria, abrigava os imigrantes que não tinham lugar para morar, nos tempos das colônias. A construção, original, é sede da sociedade polono-brasileira Tadeusz Kosciuszko, a mais antiga da América Latina.

  • 18Relógio das Flores (1972)
    Relógio das Flores (1972)

    O que você daria de presente para uma cidade? A família dos joalheiros Rosenmann decidiu oferecer a Curitiba esse relógio, de flores. Ele tem oito metros de diâmetro e ponteiros de fibra de vidro. O ajardinamento é trabalhado com as floradas de cada estação.

  • 19Museu Paranaense (1876)/Palácio São Francisco (1929) - 1
    Museu Paranaense (1876)/Palácio São Francisco (1929) - 1

    Dois pontos importantes no mesmo espaço. A construção histórica foi criada como réplica de um palacete alemão, para residência da família Garmatter. Comprado pelo Governo do Paraná, foi rebatizado como Palácio São Francisco e transformado na sede do executivo, até a criação da área do Centro Cívico, nos anos 50.

  • 20Museu Paranaense (1876)/Palácio São Francisco (1929) - 2
    Museu Paranaense (1876)/Palácio São Francisco (1929) - 2

    O Palacete é a sétima sede do Museu Paranaense, o terceiro museu do Brasil. Conta com 400 mil itens e desenvolve estudos em Arqueologia, Antropologia e História. Há acervos bem interessantes sobre cultura indígena; moedas e coleções do antigo Banco do Estado do Paraná e utensílios e armas de conflitos militares.

  • 21Cemitério Municipal São Francisco de Paula (1866) - 1
    Cemitério Municipal São Francisco de Paula (1866) - 1

    Sabia que antigamente muitos mortos eram enterrados nas igrejas? Sim, no piso e até em nichos nas paredes. Difícil era conter os gases da putrefação dos cadáveres. Por isso, este primeiro cemitério foi construído. Estão sepultados aqui artistas, religiosos, políticos e outras personalidades paranaenses. Caminhe e repare na arquitetura e esculturas de alguns mausoléus.

  • 22Cemitério Municipal São Francisco de Paula (1866) - 2
    Cemitério Municipal São Francisco de Paula (1866) - 2

    O túmulo mais famoso e visitado é o de Maria Bueno, considerada santa pela população, mas nunca canonizada pela Igreja Católica. É fácil de encontrar, passe pela entrada principal e vire à direita. Há centenas de plaquetas de agradecimento às graças alcançadas. A morte da moça, degolada pelo namorado, comoveu a província de Curitiba, em 1893.

  • 23Igreja Protestante da Comunidade do Redentor (1867)
    Igreja Protestante da Comunidade do Redentor (1867)

    Os imigrantes alemães, na maioria luteranos, se reuniam em casa para orar e ler a bíblia. Uma vez por mês, um pastor vinha celebrar culto na pequena vila que era Curitiba, em 1850. A viagem a cavalo desde Joinville durava dois dias. Com o tempo foi erguida a igreja. Ao lado está o Colégio Martinus, de influência tradicional alemã.

  • 24Padaria América (1913)
    Padaria América (1913)

    Atravesse a rua. Nesta padaria foi inventada a broa de centeio. É mais um marco da tradição alemã na cidade. Parte do maquinário importado da Alemanha é o mesmo, desde a fundação. Prove alguma das receitas dos imigrantes: pães, tortas, bolachas, doces e salgados.